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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Casas de Apoio ou Casas para Apoio?


Representantes do movimento social de luta contra a aids tem se preocupado com a escassez de leitos nas Casas de Apoio que hospedam portadores do HIV em São Paulo. O foco da preocupação está voltado para os leitos “Tipo II”, que são aqueles destinados aos pacientes com aids que precisam de cuidados especiais para realizar atividades e outros cuidados do dia-a-dia.

As Casas de Apoio foram criadas na segunda metade da década de 80, oferecendo assistência e abrigo para as pessoas que vivem com HIV e aids. Invariavelmente, o público das Casas de Apoio são aqueles em condições de vulnerabilidade socioeconômica, como pobreza e exclusão social, divididos em dois tipos de casas:
¨ Tipo I: destinados a soropositivos assintomáticos com necessidade de apoio psicossocial, cuidados com alimentação e acompanhamento para adesão ao tratamento;
¨ Tipo II: para doentes de aids que precisam de cuidados especiais para realizar atividades e outros cuidados diários;

A partir de 1996 com a distribuição de medicamentos antirretrovirais na rede pública, o número de soropositivos excluídos por seus familiares e/ou amigos diminuiu, fazendo com que cada vez menos pessoas necessitassem das casas “Tipo I”, já a demanda de pacientes “Tipo II”, continua maior que a oferta de leitos no Estado. Segundo o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, as Casas de Apoio em funcionamento no Estado têm atualmente disponível 114 leitos para crianças e adolescentes; 405 leitos tipo I e apenas 189 leitos tipo II.

Para Jean Dantas, coordenador de Articulação com a Sociedade Civil do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, essa é uma demanda antiga e têm-se buscado alternativas para ampliar os leitos.  Porém, algumas perguntas levantadas pelo Fórum de ONG/Aids de São Paulo ainda continuam sem respostas. “Será que o governo está jogando para as casas de apoio uma responsabilidade que seria dele? Se os próprios gestores reconheceram que esse problema não é novo, por que ainda persiste sem solução?

Uma outra preocupação que devemos estar atentos deve-se ao processo de institucionalização, ou seja, ao processo de despersonalização que muitos sistemas de internamento trazem como prejuízo ao sujeito. Vide, por exemplo, todo o esforço do movimento antimanicomial que só agora podemos vislumbrar alguns avanços que transformaram o setor psiquiátrico no Brasil.

Existe uma necessidade real e alarmante para muitos daqueles que vivem com HIV e aids. Contudo, é preciso todo um cuidado e uma atenção especial nesta causa. Segue um dos lemas da Luta Antimanicomial, de 1997, realizado pelo Conselho Regional de Psicologia: “Trancar não é tratar.”

Para saber mais:

A imagem foi tirada daqui.

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