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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Dia Internacional da Síndrome de Down


Na última Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que aconteceu entre os meses de outubro e novembro de 2011, foi exibido -gratuitamente, o filme Namorada, sob a direção de Justin Lerner. O filme trata sobre um momento específico da vida de Evan. Evan é um jovem com síndrome de Down (SD) que mora com a mãe em uma cidade estadunidense e, após receber um dinheiro inesperado, tenta arrumar uma namorada. Este seria um ótimo cenário para um bom filme. Seria, se o diretor não apelasse tanto para alguns clichês que, na tentativa de sensibilizar o espectador, acabaram atrapalhando o filme, tornando-o previsível. Poderíamos destacar o ator Evan Sneider que interpreta o 
também Evan no filme, contudo sem fazer disso um outro clichê.

Ora, sabe-se que a SD é uma alteração genética composta por um cromossomo a mais no par 21, daí o nome trissomia 21. Descrita em 1866 por John L. Down, a síndrome afeta o desenvolvimento do sujeito, determinando algumas características físicas e, especialmente, cognitivas. Porém, nem todos apresentam as mesmas características, nem os mesmos traços físicos, a única característica comum é o déficit intelectual. Não se pode dizer que há graus de SD, a variação das características e personalidades entre uma pessoa e outra é a mesma que existe entre as pessoas que não tem a síndrome. Sendo uma alteração genética, a síndrome de Down NÃO É UMA DOENÇA.

Isto deveria fazer com que pudéssemos enxergar a pessoa um pouco além daquilo que a diferencia. Nessa linha estamos apenas reproduzindo o modelo médico que diagnostica aquilo que escapa da norma, fora deste eixo temos os transtornos e as doenças, todos devidamente catalogados pelo Manual  Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais (DSM-IV), que já está em sua quarta versão. Só lembrando que este mesmo Manual em versões anteriores constava o “homossexualismo” enquanto transtorno.

Uma pena que na tentativa em olhar a pessoa com SD de uma outra forma, como no caso do filme, que oferece a Evan a possibilidade de um romance, temos que nesse percurso, torná-lo órfão, alvo de desprezo dos concidadãos, portador de uma situação financeira bem favorecida, e absolvido da condição de cometer erros, para só então acreditar que este possa amar como qualquer outro. É nesse sentido que acabamos caindo em outro estereótipo se olharmos Evan como um grande ator por ser portador da SD, e não porque é digno de ser um bom ator como qualquer um que se disponha a.

Quando a Renata (Anima Jovem) compartilhou que o dia 21 de março foi o Dia Internacional da Síndrome de Down, isto fez pensar em nossos atendidos portadores. Estes trazem também em suas histórias o preconceito e a discriminação, tanto no âmbito escolar como também entre os próprios familiares. Navegando em alguns sites na internet sobre o assunto, houve um que chamou a atenção. Em sua página constava os dizeres “Valorizando as diferenças”. Ótimo! Melhor ainda se pudéssemos, nestes casos, valorizar as igualdades.

             http://www.fsdown.org.br/


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