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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Para ler ouvindo Diversão (Titãs)


Sobre o HIV/Aids, as campanhas de prevenção do governo estão mais voltadas ao uso do preservativo. Entretanto, desde 2010 o ministério dispõe de uma outra alternativa para quem fez sexo sem proteção. Trata-se de um conjunto de medicamentos que reduz a chance de se contrair o vírus HIV. Que fique bem claro: não há a garantia de que a pessoa não seja infectada.

No período entre janeiro de 2011 até junho deste ano, foram distribuídos uma média de 3,4 “coquetéis do dia seguinte” (como vem sendo chamado), para pessoas que fizeram sexo sem proteção e podem ter sido expostos ao vírus da aids. Só em São Paulo, a média é de 1,6 coquetel por dia, sendo o Estado onde mais se recorre ao uso do kit (48,6% do total).

O tratamento se estende por 28 dias, mas só faz efeito se tiver início no máximo em 72 horas após a relação. O ideal é que os primeiros medicamentos sejam ministrados duas horas depois. Conforme as características do paciente, até três medicamentos podem compor o coquetel, em alguns casos são usados apenas dois. Os comprimidos são fabricados pelo governo, portanto não são vendidos em farmácias comuns, e devem ser retirados em unidades de saúde.
O receio de que esta medida substitua o preservativo sempre esteve presente, mas não foi isso o que o ministério constatou após iniciar a distribuição dos kits. Segundo Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, "não registramos casos de gente que tenha buscado o coquetel duas, três vezes. Sempre ressaltamos que os medicamentos são excepcionais, não garantem que o paciente não contraia o vírus e não dispensa o uso da camisinha. Se alguém procurar os medicamentos várias vezes, será uma oportunidade de conscientizá-lo sobre a importância de se proteger de outra forma, com camisinha." 

Por outro lado, uma jovem atendida no Projeto Anima Jovem, relata que, em uma balada foi surpreendida por um colega que vendia um comprimido “anti-hiv”, em conjunto com a “balinha” (termo utilizado para designar o Ecstasy). Associado com a qualidade de vida que os portadores conquistaram ao longo da história da epidemia, o coquetel do dia seguinte, não só oferece uma oportunidade de lucro para os traficantes, mas cria a falsa ideia de que a aids é coisa do passado, dispensando o uso da camisinha. Ou talvez, o fato de se vender uma droga que promove um estado de euforia e aumenta o interesse sexual em conjunto com um comprimido que lhe autoriza a transar sem grandes preocupações (não se esqueça que já temos o fácil acesso à pílula do dia seguinte, para evitar a gravidez), seja apenas mera coincidência. Nesse sentido, a informação é essencial. Mas, daí fica a questão: Você já sabia de tudo isso, certo?
Desde 1997 o coquetel é distribuído a profissionais de saúde que atendem eventualmente portadores do HIV, depois passou a ser recomendado a vítimas de violência sexual. Um terceiro grupo que passou a ser atendido foram os casais sorodiscordantes (quando um dos parceiro é soropositivo) que desejam ter filhos e, agora também entra na jogada aqueles que tiveram uma “exposição sexual ocasional”, como são classificados pelo ministério. Para receber o coquetel, o paciente deve procurar um Serviço de Atendimento Especializado (SAE) ou a unidades que atendem situações de urgência. Antes de recomendar o tratamento, o médico avalia o risco a que o paciente se submeteu. Se ele praticou sexo anal, tem risco maior de contrair o vírus. Sexo oral é menos arriscado que o vaginal.
Fonte: Estadão.com     

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