Após o surgimento da Internet para as massas (pois já existia antes para fins militares), no início dos anos 90, as comunicações passaram a ter um novo perfil, veríamos ao longo dos anos uma ampliação das relações entre as pessoas de forma nunca antes vista. Crescia também a epidemia de aids no mundo.
Nesta época, as tentativas de prevenção e divulgação de informações eram exclusivamente televisionadas, quase sempre num tom de campanhas de terror, como “a aids mata”. Atualmente, com a Internet “bombando” com as redes sociais com milhões de seguidores (a aids também contando seus milhões) vemos que, os ambientes virtuais, infestados de vírus que são, contribuem muito pouco quando o assunto é a prevenção do vírus, nada virtual, HIV.
Tema de muitas mesas no IX Congresso Brasileiro de Prevenção às DST e Aids, as medidas de prevenção nos meios digitais atingem um pequeno número de pessoas, diferentemente das informações que se disponibilizaram pós-internet sobre o assunto, afirma a gestora de marketing da Anima, Tica, que acompanhou algumas destas discussões.
Hoje é possível conseguir um número ilimitado de informações caso alguém se disponha a utilizar a internet como fonte de dados para uma pesquisa qualquer, no campo da aids segue a mesma afirmação. Um exemplo disto são estes informativos, inteiramente produzidos a partir do meio digital para o meio digital. Neste sentido, as informações sobre formas de transmissão do vírus HIV, tratamentos, direitos do portador, entre outras ganharam muito com esta plataforma. No Ceará, por exemplo, a Associação de Jovens de Irajá em parceria com a Universidade Estadual do Ceará criou o programa de web rádio AJIR, para transmitir informações sobre saúde e prevenção para os jovens, através de entrevistas e reportagens sobre vários temas, promovendo diálogos e contando com a participação do ouvinte. Outra possibilidade de interação com as pessoas, embora pouco explorado, é através de jogos digitais.
As redes sociais também são alvo das campanhas de prevenção, porém com pouca repercussão. Apesar da enorme quantidade de acessos na rede como o Facebook ou o Twitter movimentando informações tão diversificadas quanto o número de usuários, ainda estamos aprendendo a lidar com o aplicativo, ou ao menos, tornando o uso “mais brasileiro”. Para o criador da rede, Mark Zuckerberg, "qualquer serviço na Internet que tenha usuários brasileiros, em grandes proporções, vira um problema." Sua crítica relacionada à maneira que os brasileiros usam as redes sociais, fez com que fossem proibidos os famosos gifs animados (imagens com movimentos) que povoaram o “velho” Orkut.
Em meio a sapatos de salto alto, unhas coloridas, frases machistas e piadinhas, também usamos a rede social (contrariando Zuckerberg) para fazer campanhas, denúncias, movimentos sociais e parcerias. Com alguns sucessos em campos diversos, a prevenção e os direitos dos portadores também está presente nas redes: Quem se cuida, curte; UNAIDS; Stop Aids; RENAJVHA (Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com o HIV/Aids); e a própria Anima vem aumentando suas publicações e divulgações na Internet (Facebook, Twitter, YouTube, Blog, Web).
Se estamos fora de foco, ou se os ambientes virtuais permitem apenas “curtir” e “compartilhar” uma suposta felicidade, o fato é que vamos continuar investindo nas divulgações online. Assunto, força de vontade e esperança não nos falta...
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