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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Aids aumenta entre jovens homossexuais, diz Ministério da Saúde

Gráfico mostra como a proporção de infectados de 15 a 24 anos aumentou entre homens que fazem sexo com homens (HSH) e diminuiu entre usuários de drogas injetáveis (UDI)

28/11/2011 - 12h02 / Atualizada 02/12/2011 - 12h22

Camila Campanerut
Do UOL Notícias, em Brasília
 
A prevalência da Aids no Brasil se mantém estável, mas o aumento dos casos em grupos específicos, como o de jovens homossexuais e de mulheres de 13 a 19 anos, é motivo de preocupação, como mostram os dados do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2011, divulgado nesta segunda-feira (28) pelo Ministério da Saúde. Essas populações são o foco da campanha que o governo lança no dia 1º, Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
O levantamento mostra que há 630 mil pessoas com o vírus da Aids no país - o que equivale a cerca de 0,6% da população. Entre 2009 e 2010, o número de casos novos notificados teve leve redução, de 18.8/100 mil habitantes para 17,9/100 mil habitantes. Outra boa notícia é a redução da taxa de mortalidade: em 12 anos, a taxa de incidência baixou de 7,6 para 6,3 a cada 100 mil pessoas, uma queda de 17%.
 
Gays e garotas
Para alguns grupos específicos, no entanto, a incidência aumentou. Entre jovens homossexuais, passou de 24,3 casos por 100 mil habitantes para 26,9.
A prevalência da doença entre os jovens gays de 18 a 24 anos, hoje, é de 4,3%. Segundo a pesquisa, a chance de um rapaz homossexual estar infectado pelo HIV é 13 vezes maior em relação aos jovens em geral.
O aumento dos casos em garotas de 13 a 19 anos é outro ponto que preocupa o Ministério da Saúde. Esse grupo foi o único no qual as mulheres ultrapassaram os homens no ano passado (2,9 casos contra 2,5 por 100 mil habitantes).
“O maior aumento [em termos de vulnerabilidade] foi entre jovens gays, jovens travestis e mulheres de 13 a 19 anos; isso chama muito a atenção”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A tendência do crescimento da doença entre o público jovem é mundial. Relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, divulgado na última segunda-feira (21), mostra que, apenas em 2010, houve mais de 7.000 novas infecções por dia em todo o mundo, dos quais 34% entre jovens de 15 a 24 anos.
 
Homens e mulheres
A pesquisa mostrou, ainda, que a diferença entre homens e mulheres infectados é cada vez menor. Em 1989, eram seis homens para cada mulher infectada. Em 2010, a razão é de 1,7 homem para cada mulher.
Na faixa etária acima de 50 anos, a taxa de incidência de Aids em mulheres aumentou quase 76% entre 1998 e 2010 (de 5,8 por 100 mil habitantes para 10,2). Nos homens dessa faixa etária, passou de 14,5 casos por 100 mil habitantes para 18,8 no mesmo período.
 
Queda em transmissão de mãe para filho
Um dos resultados apontados como consequência de campanhas foi a diminuição da transmissão vertical – quando a mãe infectada passa o vírus para o bebê. Houve uma queda de mais de 40% entre 1998 a 2010, segundo o Ministério.
“O acesso das mulheres ao diagnóstico no pré-natal foi fundamental”, afirmou o  coordenador da Unaids no Brasil, Pedro Chequer.

Homens que fazem sexo com outros homens

Em 1990, 25,2% dos jovens de 15 a 24 anos infectados pelo vírus da Aids eram homens que fazem sexo com outros homens. Em 2010, essa proporção aumentou para 46,4% (veja gráfico abaixo).

Entre os jovens gays de 18 a 24 anos, a prevalência da doença é de 4,3%. Quando comparados com os jovens em geral, a chance de um jovem gay estar infectado pelo HIV é
13 vezes maior.

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