Em exibição nos cinemas, o filme Contágio com direção de Steven Soderbergh, conta a história do progresso de um vírus letal, transmissível pelo ar. A comunidade médica mundial inicia uma corrida na tentativa de encontrar uma cura ao mesmo tempo em que as pessoas lutam para sobreviver contra a nova ameaça.
Esta não é a primeira vez que se fala sobre uma ameaça viral letal. Presente em muitos jogos de videogames como Resident Evil (Capcom), seriados (The Walking Dead - Image Comics), filmes (Epidemia - dir. Wolfgang Petersen; Eu sou a lenda - dir. Francis Lawrence) e livros (Ensaio sobre a cegueira - José Saramago), o enredo envolvendo um vírus que encerra os dias da humanidade na Terra tem rendido muitas discussões e histórias. O tema foi debate no último dia 28 por especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio. Para Marcio Garcia, superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, o Brasil tem experiência e conhecimento em vigilância e investigação, o que faz do País capaz de dar resposta razoável contra um vírus letal. A infectologista Patrícia Brasil, da Fiocruz, discorda da análise, para ela “ninguém está preparado para um vírus como esse [do filme Contágio]. E nós temos nossos próprios pesadelos, como a tuberculose. Na epidemia de dengue de 2008, foram mais de 300 mil casos, mais de 40% de mortes de crianças. Temos a reintrodução da malária. São muitos os desafios de saúde pública ainda. Nosso sistema de saúde já é caótico, não só o público, com emergências lotadas. Imagine com uma epidemia de vírus letal?”. De acordo com Mauro Schechter (UFRJ), especialista em HIV, para se desenvolver uma vacina contra a Aids em dez anos seriam necessários investimentos adicionais de U$ 5 milhões a U$ 10 milhões por ano sobre o que já se investe hoje em pesquisa. “O que é feito hoje é insuficiente”, lamentou o pesquisador.
A humanidade está com os dias contados!
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