Agência Brasil
05/06/2011
Em junho de 1981, o Centro de Controle de Doenças
dos Estados Unidos registrou os primeiros casos de uma enfermidade
considerada à época um mistério. Um ano depois, ela recebe o nome
provisório de Doença dos 5 H, em razão de casos registrados em
homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos (usuários de heroína
injetável) e prostitutas (hookers em inglês).
No mesmo ano, autoridades sanitárias detectam a
possibilidade de transmissão pelo ato sexual, pelo uso de drogas
injetáveis e pela exposição a sangue e derivados. No Brasil, o primeiro
caso é diagnosticado em São Paulo. A doença recebe o nome definitivo de
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida, em espanhol, ou aids, na
sigla em inglês).
Em 1984, a equipe do virologista francês Luc
Montagnier isola e caracteriza um retrovírus (tipo de vírus mutante que
se transforma de acordo com o meio em que vive) como o causador da
doença. Especialistas concluem que a aids representa a fase final de uma
doença provocada pelo HIV.
Três anos depois, o coquetel de medicamentos AZT é
a primeira droga a reduzir a multiplicação do vírus no organismo
humano. Ainda em 1987, a Assembleia Mundial de Saúde anuncia a data de
1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Os casos registrados no Brasil totalizam 2.775 no
período, seguidos por 4.535 em 1988 e por 6.295 no ano seguinte. Em
1990, morre o cantor e compositor Cazuza, vítima da doença. Apenas em
1991 é iniciado o processo de aquisição e distribuição gratuita de
antirretrovirais. Dez anos após a descoberta da aids, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) já registra 10 milhões de pessoas infectadas em
todo o mundo.
Em 1992, uma pesquisa aponta as doenças
sexualmente transmissíveis (DST) como cofatores na transmissão do HIV,
podendo aumentar o risco de contágio em até 18 vezes. O Ministério da
Saúde inclui os procedimentos para o tratamento da aids na tabela do
Sistema Único de Saúde (SUS) e, no ano seguinte, o Brasil passa a
produzir o AZT.
O sociólogo Herbert de Souza, conhecido como
Betinho, morre em 1997, após ser contaminado pela doença por meio de
transfusão de sangue. Ao todo, 17 milhões de pessoas já haviam morrido
apenas no Continente Africano em razão do HIV – e 8,8% da população
adulta na região está contaminada.
No ano seguinte, um relatório realizado pelo
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids) afirma que
a doença deve matar 70 milhões de pessoas nos próximos 20 anos – a
maioria na África – caso nações desenvolvidas não aumentem esforços para
conter a aids.
Em 2008, o Brasil conclui o processo de
nacionalização de um teste rápido que permite detectar a presença do HIV
no organismo em 15 minutos. Este ano, o primeiro antirretroviral
produzido por um laboratório público brasileiro – o Tenofovir – entrou
no mercado.
Também em 2011, uma pesquisa dos institutos
nacionais de Saúde dos Estados Unidos indica que pacientes que aderem a
um esquema eficaz de terapia antirretroviral reduzem em até 96% o risco
de transmissão do HIV ao parceiro sexual.
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