Homofobia e homossexualidade

Na última quarta (09), o grupo de crianças do projeto Anima Jovem aproveitou a discussão sobre sexualidade para questionar sobre a homossexualidade. De uma forma bem simples procurou-se esclarecer alguns aspectos sobre o preconceito, ligados à nomenclatura, como os termos “sapatão” e “veado”, por exemplo. No dia seguinte, o psicanalista Contardo Calligaris, publicou em sua coluna no caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, uma discussão sobre a homofobia e a homossexualidade.

O termo homofobia foi inventado no fim dos anos 60 para designar uma reação emocional que vai do desconforto à ansiedade, ao medo, à raiva e agressão, frente a presença de homossexuais. Ao mesmo tempo em que houve um grande aumento de casos ligados à homofobia, aumenta-se também os avanços contra a tolerância. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união entre as pessoas do mesmo sexo como unidade familiar, assunto também lembrado pelas crianças do grupo. Mas, o que poderia causar tamanha aversão e preconceito com relação a um grupo específico de pessoas?

 

Calligaris defende que, quando as reações de uma pessoa são excessivas, deslocadas e difíceis de serem justificadas, é porque têm origem de um conflito interno. “O que acontece é: 'Estou com dificuldades de conter a minha própria homossexualidade, então acho mais fácil tentar reprimir a homossexualidade dos outros, ou seja, condená-la, persegui-la e reprimi-la, se possível até fisicamente, porque isso me ajuda a conter a minha'“. O autor cita ainda um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos, onde mediu-se através de um aparelho, a ereção de 64 homens heterossexuais. Todos os 64 foram expostos a vídeos pornográficos mostrando atividade sexual consensual entre adultos heterossexuais, homossexuais masculinos e homossexuais femininos. Diferentemente do que aconteceu com os não homofóbicos, a maioria dos homofóbicos teve ereção significativa diante dos vídeos de sexo entre homossexuais masculinos, confirmando a hipótese levantada anteriormente, ou seja, a de que indivíduos homofóbicos demonstram excitação sexual diante de estímulos homossexuais.